Antigamente se achava que apenas as crianças implicavam com determinados alimentos e preferiam comidas como pizza, batata frita e chocolate. Mas, nos últimos anos, pesquisadores perceberam que muitos adultos mantêm hábitos considerados infantis na hora que se sentam à mesa. E, agora, a antipatia a certos grupos de alimentos tem sido tratada por estudiosos de universidades americanas e canadenses como um distúrbio alimentar similar à bulimia e anorexia.
Evitar vegetais, frutas, alimentos desconhecidos ou com temperos fortes pode causar implicações sociais e até malefícios à saúde. Há casos extremos de adultos que consomem apenas comidas de determinada cor, como branca ou amarela, em um sinal de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), segundo pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade de Toronto, no Canadá. Assim, essas pessoas se alimentam somente de queijos, pães e massas. Também são comuns casos de adultos com aversão a alimentos verdes, o que faz com que eliminem do cardápio alface, espinafre, rúcula e até limão, entre outros.
O Centro de Distúrbios da Alimentação da Universidade Duke (EUA), elaborou uma pesquisa para saber se um adulto é um picky eater - aquela pessoa considerada chata para comer. Dá para descrevê-la também como alguém com paladar infantil. A primeira pergunta que faz parte da pesquisa é se a pessoa está aberta a experimentar novos pratos, dilema comum de turistas que desvendam outros Estados ou países. Enquanto para a maioria dos adultos se alimentar de novidades pode ser uma experiência gastronômica, para os "chatos" há o temor de que no prato haja algo intolerável.
A pesquisa da Universidade de Duke revela que a chatice para comer pode afetar a vida social, quando a pessoa passa a evitar também determinadas situações apenas para não ter contato com o alimento indesejado. Dessa forma, mentem para não ir a jantares ou dizem sofrer de certa doença para rejeitar um prato. Mas a saúde também pode ser afetada. Há adultos que chegam a retirar totalmente de seus cardápios alimentos fundamentais para o bom funcionamento do organismo, como vegetais e frutas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Crianças são chatas para comer por questões evolutivas
O fato de as crianças serem mais chatas para comer tem uma explicação evolutiva, aponta estudo da pesquisadora Lucy Cooke, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade College London. "Onívoros (que se alimentam de animais e vegetais) têm a vantagem de possuir uma variedade de opções de comida, mas enfrentam o desafio de identificar quais são saudáveis. Naturalmente, as crianças demonstram aversão ao novo, preferindo os alimentos familiares, com sabores mais simples e doces. No passado, isso promovia a sobrevivência, mas, no mundo moderno, pode ter efeitos adversos na qualidade da dieta", diz ela em um artigo. O grande problema é quando o medo do novo persiste na idade adulta.
Muito se tem falado de alimentos, saúde, estilo de vida, sustentabilidade e qualidade de vida. Sabemos que para obtermos o equilíbrio de todos estes fatores são necessários constantes e permanentes mudanças onde na maioria das vezes requer estímulo, tempo, conhecimento, conscientização e ação. E pensando nas escolhas alimentares saudáveis surgiu a proposta deste trabalho objetivando auxiliar de alguma forma o processo de educação e informação nutricional e dos alimentos. Sejam bem vindos!
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